VALERIANA
Nome
científico: Valeriana officinalis L.
Família
botânica: Valerianaceae
Parte
utilizada: Raiz e rizoma
Valeriana é uma planta herbácea, de sabor aromático
e pouco amargo. É originária da Europa e oeste da Ásia. Possui ação
antiespasmódica, anticonvulsiva, sedativa, levemente vermífuga, relaxante
espasmolítica e hipotensiva. Seus principais constituintes são: óleo essencial
- 0,5% a 1,5%, hidrocarbonetos monoterpênicos, sesquiterpênicos ( a pineno, fencheno,
b-bisabolol), ácidos valeriânicos, propiônico, málico, tânico, acético,
fórmico, ésteres terpênicas (isovalerianato de borneol), alcalóides (valerina,
chatinina) - 0,1% e Valepotriatos - 0,5 a 2,0%.
DROGA VEGETAL E EXTRATO
Somente a raiz da valeriana européia (Valeriana officinalis) é usada como uma
droga oficial. O característico odor desagradável da valeriana, que lembra
fortemente ácido isovalérico e cânfora, aparece somente depois que a raiz é
cortada e seca. A planta cortada é usada em preparações de chás. Os produtos
farmacêuticos são produzidos principalmente de extratos aquosos ou
hidroalcoólicos.
PRINCIPAIS CONSTITUITES
A raiz seca contém, em média, 0,5 a 2 % de óleo
volátil. O odor característico é causado por pequenas quantidades de ácido
isovalérico, que é formado pela decomposição dos valepotriatos. As
concentrações desses constituites estão sujeitas a variações sazonais (Bose et
al., 1998). Mais de 100 constituintes foram identificados até o momento, mas
não se sabe qual deles é responsável pelas ações medicinais características da
raiz. A valeriana medicinal contém 0,3-0,8% de dois sesquiterpenos, não ocorrem
em espécies que crescem fora da Europa. Dessa forma, ambos os compostos são
marcadores adequados para verificação da qualidade farmacêutica dos extratos de
valeriana. Eles podem ser administrados somente em formas sólidas de dosagem
(preferencialmente comprimidos de revestimento entérico), e não em preparações
líquidas (tinturas).
INDICAÇÕES
E AÇÕES FARMACOLÓGICAS
Valeriana é indicada no auxilio do tratamento de
estados de hiperexcitabilidade, insônia, taquicardia, fadiga, cefaléia de
origem nervosa. Espasmos gastrintestinais, cólicas, contusões, dermatoses,
eczemas, estresses. Os monoterpenos se decompõem na presença da enzima oxidase
em ácido valerânicos e metilcetonas, o primeiro tem ação antiespasmódica e o
segundo ligeiramente anestésico. A atividade sedativa da valeriana é devida ao
valeropotriato do óleo essencial. Atua como depressora do sistema nervoso,
atenua a irritabilidade nervosa, melhora a coordenação e reduz a ansiedade. Os
valepotriatos, ao contrário dos benzodiazepínicos, restauram o equilíbrio
autonômico fisiológico sem exercer efeito direto sobre o córtex cerebral e o
sistema límbico.
REAÇÕES
ADVERSAS
Alguns efeitos indesejáveis têm sido observados com
a administração prolongada ou em altas doses: excitabilidade, naúseas,
hipersensibilidade, midríase, diarréia, cefaléias, vertigem e acentuada
depressão central, diminuição da motilidade intestinal, bradicardoa, arritmia,
insônia. Estes efeitos desaparecem com a suspensão do tratamento.
PRECAUÇÕES
Evitar o uso prolongado. Seguir corretamente a
posologia, observando a duração do tratamento, não exigindo precauções
especiais.
INTERAÇÕES
Para insônia pode ser associada à Passiflora
incarnata (maracujá) e Humulus lupulus (lúpulo). Para diminuir o odor
desagradável da essência de valeriana em utensílios, recomenda-se a
neutralização com álcalis (solução de bicarbonato de sódio).
*A valeriana em combinação com o Hypericum
perforatum foi mais eficaz do que o Diazepam no tratamento de sintomas da
ansiedade, quando administradas a 100 pacientes por duas semanas numa
experiência duplo-cego.
CONTRA-INDICAÇÃO
Gravidez,
lactação e crianças menores de três anos. Evitar bebidas alcoólicas com o uso
da valeriana. Devido ao risco de hepatotoxicidade, evitar o uso da erva por
pacientes com comprometimento hepático.
REFERÊNCIAS
BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M.;
ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico. 3. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2006.
D’ IPPOLITO, J.A.C., ROCHA, L.M.,
SILVA, R.F. Fitoterapia Magistral – Um guia prático para a manipulação de
fitoterápicos. Anfarmag. São Paulo, 2005.
MELO,
M. F.; PESSOA, D. J. Mementos de Plantas medicinais. ed. Universitária
UFPB. p. 63-66, 85-86, 2006.
OLIVEIRA,
F. G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. São Paulo-SP: Atheneu, p. 344-347, 2005.
SHULZ,
V.; JYLER, R. H. Fitoterapia Racional: Um Guia de fitoterapia para as
ciências da saúde. 4. ed. Manolle, p. 87-91, 2002.
TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Herbarium – Compêndio de Fitoterapia.
3. ed. Curitiba, 1997.
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