segunda-feira, 13 de junho de 2016

FARMACOBOTÂNICA - VALERIANA

                           VALERIANA

Nome científico: Valeriana officinalis L.
Família botânica: Valerianaceae
Parte utilizada: Raiz e rizoma

Valeriana é uma planta herbácea, de sabor aromático e pouco amargo. É originária da Europa e oeste da Ásia. Possui ação antiespasmódica, anticonvulsiva, sedativa, levemente vermífuga, relaxante espasmolítica e hipotensiva. Seus principais constituintes são: óleo essencial - 0,5% a 1,5%, hidrocarbonetos monoterpênicos, sesquiterpênicos ( a pineno, fencheno, b-bisabolol), ácidos valeriânicos, propiônico, málico, tânico, acético, fórmico, ésteres terpênicas (isovalerianato de borneol), alcalóides (valerina, chatinina) - 0,1% e Valepotriatos - 0,5 a 2,0%.

DROGA VEGETAL E EXTRATO

Somente a raiz da valeriana européia (Valeriana officinalis) é usada como uma droga oficial. O característico odor desagradável da valeriana, que lembra fortemente ácido isovalérico e cânfora, aparece somente depois que a raiz é cortada e seca. A planta cortada é usada em preparações de chás. Os produtos farmacêuticos são produzidos principalmente de extratos aquosos ou hidroalcoólicos.

PRINCIPAIS CONSTITUITES

A raiz seca contém, em média, 0,5 a 2 % de óleo volátil. O odor característico é causado por pequenas quantidades de ácido isovalérico, que é formado pela decomposição dos valepotriatos. As concentrações desses constituites estão sujeitas a variações sazonais (Bose et al., 1998). Mais de 100 constituintes foram identificados até o momento, mas não se sabe qual deles é responsável pelas ações medicinais características da raiz. A valeriana medicinal contém 0,3-0,8% de dois sesquiterpenos, não ocorrem em espécies que crescem fora da Europa. Dessa forma, ambos os compostos são marcadores adequados para verificação da qualidade farmacêutica dos extratos de valeriana. Eles podem ser administrados somente em formas sólidas de dosagem (preferencialmente comprimidos de revestimento entérico), e não em preparações líquidas (tinturas).

INDICAÇÕES E AÇÕES FARMACOLÓGICAS

Valeriana é indicada no auxilio do tratamento de estados de hiperexcitabilidade, insônia, taquicardia, fadiga, cefaléia de origem nervosa. Espasmos gastrintestinais, cólicas, contusões, dermatoses, eczemas, estresses. Os monoterpenos se decompõem na presença da enzima oxidase em ácido valerânicos e metilcetonas, o primeiro tem ação antiespasmódica e o segundo ligeiramente anestésico. A atividade sedativa da valeriana é devida ao valeropotriato do óleo essencial. Atua como depressora do sistema nervoso, atenua a irritabilidade nervosa, melhora a coordenação e reduz a ansiedade. Os valepotriatos, ao contrário dos benzodiazepínicos, restauram o equilíbrio autonômico fisiológico sem exercer efeito direto sobre o córtex cerebral e o sistema límbico.

REAÇÕES ADVERSAS

Alguns efeitos indesejáveis têm sido observados com a administração prolongada ou em altas doses: excitabilidade, naúseas, hipersensibilidade, midríase, diarréia, cefaléias, vertigem e acentuada depressão central, diminuição da motilidade intestinal, bradicardoa, arritmia, insônia. Estes efeitos desaparecem com a suspensão do tratamento.

PRECAUÇÕES

Evitar o uso prolongado. Seguir corretamente a posologia, observando a duração do tratamento, não exigindo precauções especiais.

INTERAÇÕES

Para insônia pode ser associada à Passiflora incarnata (maracujá) e Humulus lupulus (lúpulo). Para diminuir o odor desagradável da essência de valeriana em utensílios, recomenda-se a neutralização com álcalis (solução de bicarbonato de sódio).

*A valeriana em combinação com o Hypericum perforatum foi mais eficaz do que o Diazepam no tratamento de sintomas da ansiedade, quando administradas a 100 pacientes por duas semanas numa experiência duplo-cego.

CONTRA-INDICAÇÃO

        Gravidez, lactação e crianças menores de três anos. Evitar bebidas alcoólicas com o uso da valeriana. Devido ao risco de hepatotoxicidade, evitar o uso da erva por pacientes com comprometimento hepático.



REFERÊNCIAS


BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M.; ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico. 3. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

D’ IPPOLITO, J.A.C., ROCHA, L.M., SILVA, R.F. Fitoterapia Magistral – Um guia prático para a manipulação de fitoterápicos. Anfarmag. São Paulo, 2005.

MELO, M. F.; PESSOA, D. J. Mementos de Plantas medicinais. ed. Universitária UFPB. p. 63-66, 85-86, 2006.

OLIVEIRA, F. G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. São Paulo-SP: Atheneu, p. 344-347, 2005.

SHULZ, V.; JYLER, R. H. Fitoterapia Racional: Um Guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4. ed. Manolle, p. 87-91, 2002.

TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Herbarium – Compêndio de Fitoterapia. 3. ed. Curitiba, 1997.



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